Neste meu primeiro artigo, resolvi falar
sobre a importância da técnica mais antiga do país: o bordado. E de
como ela vem sendo recriada e ganhando novos rumos ao longo dos anos.
Não é só por uma questão afetiva, já que minha avó foi uma grande
bordadeira, mas é por acreditar no potencial criativo, cultural,
econômico e renovador desta arte.
O bordado é uma das artes manuais mais
antigas e se tornou a atividade artesanal mais difundida e praticada no
Brasil, especificamente em 75% dos municípios do país segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. A técnica está no
topo da lista, à frente dos trabalhos em madeira e em barro. Em Minas
Gerais, por exemplo, o bordado é a principal atividade econômica em mais
de 700 municípios. No agreste pernambucano, no município de Passira,
esta técnica representa mais de 40% do PIB da cidade. É a principal
fonte de renda das famílias.
O Bordado Boa Noite, no interior de
Alagoas, o Grupo Matizes em Minas Gerais e inúmeros outros projetos
existem com gente disposta a aperfeiçoar o trabalho, capacitar os
envolvidos e valorizar algo tão genuíno da nossa cultura. Suportes estes
que, com seus detalhes, contribuem para uma visão mais abrangente,
adequando o que é produzido e consequentemente, aumentando a renda.
Com toda esta importância, o bordado
chama a atenção de outros perfis. O que antes era visto como antigo,
hoje é a principal arte feita por gente cada vez mais jovem. O bordado
ganhou status de obra de arte, e com razão. A partir de cada experiência
pessoal, os novos profissionais trazem a sua marca para o trabalho. A
jornalista Soteropolitana Tarsila Ferreira, de 25 anos cresceu vendo a
avó bordar vários pontos e inspirada nisso mudou de área para se dedicar
aos trabalhos manuais. Escolheu o bordado e criou a marca Casa de La
Abuela. Hoje, trabalha com a criação de acessórios como brincos e
colares em cores vibrantes e formas geométricas. Segundo ela, a produção
é baseada em um exercício de reconstrução dos bordados antigos, de onde
nasce o seu bordado contemporâneo.
Dos tecidos aos móveis, painéis até
capinhas de celular e fotografias! Mais tradicionais ou não, os bordados
e seus materiais estão por toda parte, renovando o seu potencial
criativo. São aplicados de outras formas, em novos objetos e esta é uma
corrente que segue, cresce e ganha novos adeptos todos os dias. Isso é
muito válido.
O que não vale é ficar sem se inspirar,
tentar. Quem sabe você, apaixonada pelos fios, não se anima para criar
algo com um toque diferenciado, abrangendo novos públicos e nichos
dentro desta arte?
Fica a pergunta e meu desejo que você pense com carinho e comece já! Até breve!
Beijinhos!!!
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